sexta-feira, 18 de maio de 2012
Mostra- Douglas Sirk
Os cenários de Douglas Sirk, com seus espelhos, escadarias, abajures, cortinas, quadros etc., progressiva e discretamente abandonam a função de composição de fundo, ou de mero receptáculo passivo do drama, e montam um complô visual no qual o personagem está irrefutavelmente envolvido. É uma espécie de cenografia ativa.
Algo semelhante acontece em Minnelli: ora a cenografia é palco de um desentendimento inicial (dos personagens entre si e deles com o cenário) que depois se transforma num acordo, e a narrativa percorre a trajetória de conquista desse acordo (Designing Woman, The Band Wagon); ora a performance cênica está bloqueada, ninguém vai de uma posição a outra como num passe de mágica, o cenário não mais se modula ao ânimo dos personagens, há o destino pesando por intermédio de ambientes imutáveis, há um papel social preestabelecido para cada um, e que será reafirmado (Some Came Running).
Minnelli também inflama os cenários para expressar, no melodrama familiar ou na comédia musical, a submissão ou a liberação do homem face ao destino.
Em Sirk, no entanto, há um dado a mais, um elemento conspiratório, uma dominação silenciosa do personagem pelo cenário – este parece um organismo vivo e devorador. Sirk materializa no espaço, na cenografia, essa idéia complexa do homem submetido a um entorno, um ambiente.
E a relação entre o personagem e o contexto visual da cena é tão mais convincente quanto maior for o fracasso que ela sugere"
L. Carlos Oliveira Júnior
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Dupla Jornada
"Antigamente
o lugar da mulher era dentro de casa.
Mas ela
lutou heroicamente até conseguir o direito de só ir para casa depois que sai do outro trabalho".
M.F.)
M.F.)
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