sexta-feira, 28 de maio de 2010

PS

O Ricardo Calil falou em seu blog algo mais ou menos assim:que o Alice,de Tim Burton exploraria certas coisas,como desenvolver personagens originais,e que sobraria pouca energia para a história contada.

Não entendo bem a razão da história ter de ser o central.O que contaria,nesse tipo de cinema,é a capacidade de construir atmosferas sugestivas.E as imagens seriam as tais "histórias",com o que isso implica de outras imagens,de ideias sugeridas.

Ou seja,"nada de história".Muito menos de didática.Que é justamente o que considero um ponto forte no filme,diferente de tantas aventuras mastigadas e "bem concatenadas" que pululam como mesmice por aí.

Outro fator interessante é que não há príncipe encantado para uma fábula,um homem para a heroína ao fim de suas peripécias.Somente uma sugestão:uma forte relação de múltiplas camadas com o Chapeleiro Maluco, o homem nonsense-"andrógino" que não reaparecerá na dita história.

Sobre ser um filme com final "capitalista", o que outros críticos disseram,a mim soa patrulhamento, um injustificável ranço ideológico.Pois que, para se pensar dessa forma, é necessário buscar uma literalidade, que seria o contrário do que uma fábula representa.

O que o filme sugere é que a protagonista é uma moça de riscos,que crê em viagens vistas como impossíveis a certos recantos do mundo.Ou seja,na medida em que seu olhar se mobiliza,ela se abre ao universo.Tal como em o Peixe Grande,se situando, como se pode ver no último plano,inserida no mar,em sua imensidão.

E como aquele bichinho inusitado reaparece voando:entre céu e mar.

Me parece óbvio ululante,por se tratar de uma fábula.Ainda que um tanto atípica,por Lewis Carroll e T.Burton.

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