domingo, 4 de julho de 2010

Kinks-nota






Acima uma das obras chaves dos Kinks,banda inglesa que iniciou carreira nos anos 60.

Quando os Beatles pisaram em terra norte-americana,foi como ter pisado na Lua naquela década.
A esperteza de Brian Epstein, empresário da banda,em convocar pessoas a ir ao encontro da banda no avião foi uma de suas estratégias marketeiras mais bem sucedidas.
Posteriormente,haveria um factóide sobre uma fictícia morte de Paul McCartney,tão espalhado, que fez com que a banda revendesse discos que,já por um tempo, permaneciam travados nas prateleiras.

Quando os Kinks chegaram aos USA, já de cara enfrentaram as rígidas leis protecionistas do país, tendo sido barrados.

Se no caso do marketing dos Beatles,o mundo pop só teve a ganhar.No segundo, teve a perder. A não ser no caso dos próprios garotos de Liverpool,por exemplo, que revelaram influência da banda barrada no baile da exportação,assim como os últimos assimilariam elementos dos primeiros. Lennon,por exemplo, elogiaria, com destaque, a banda de Ray Davies em entrevista.

Os Kinks utilizaram cítaras precocemente em sua música.Para quem conhece See my friends,por exemplo.Ou possa conferir. Traçaram um retrato agridoce dos ingleses,
foram irônicos com a burguesia, com os seguidores das modas,etc.

Reza a lenda que criaram a distorção na guitarra elétrica,obra de Dave Davies,guitarrista e irmão do compositor da banda, a amputar uma parte do amplificar de som.

Estabeleceram para si, de início, tanto uma espécie de sonoridade protopunk,tocada com solidez e grande pegada,como posteriormente, uma bem humorada filiação ao vaudeville,à tradição do music hall inglês.
Partiram,por vezes, para um art rock,sem resvalar de todo para o progressivo.
Foram,sobretudo, contundentemente líricos,como o prova o disco da foto,uma espécie de ópera rock sobre uma vila inglesa, local onde se retomaria um ambiente de vida calcado na simplicidade.

Nesse caso, a sofisticação da banda se mostraria pontuante,como esforço,trabalho,experimento, para se atingir, por outro lado, o clima proposto de espontaneidade.

Enfim e, no fundo,o disco é uma festa,uma celebração, sem grandes desbragamentos dionisíacos(não eram,afinal,os Stones),mas com grandioso humor e imaginação.
Um dos grandes elogios do despojamento lúdico na arte.

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