terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Escolas e Escolas





No post abaixo, deixei um comentário sobre a direita festiva, algo que se tornou moda em imprensas com maior peso de influência no país.
Articulistas, em sua maioria, parecem falar uma mesma língua, bradando contra os mesmos "leões", e confesso que é algo que entedia um bocado.

Ainda assim, fiquei devendo um comentário sobre parte de uma "esquerda" que se considera "luz do mundo".
Humanistas que creem que, por seu próprio esforço, irão transformar o universo: Era de Aquário, combinação de neohippismo com Pandora, o planeta de James Cameron em sua superprodução para a Hollywood dos lobbies modistas.

Essa gente "santa" guarda seus maiores pecados em outros departamentos da alma. Dizendo-se a favor da liberdade, defendem o autoritarismo do "bem coletivo".

Em termos educacionais, seguem a cartilha dos primeiros livros pedagógicos de Rubem Alves, por exemplo. Os quais insistiam na tal sedução para o saber.

Para crianças, essas cartilhas até funcionam bem.
Já para adolescentes e adultos operam como justificativas para a fuga de certa "dureza" implicada em leituras, comprometimentos, reflexões um pouquinho mais agudas.

O mundo já mudou em demasia de lá pra cá. Temos o estatuto da criança e do adolescente e tantas outras coisas. Portanto, precisamos de novas concepções para um novo momento.

As crianças, segundo pesquisas, são as que mais influenciam os pais quanto à escolha das marcas em compras efetuadas. Carregam poder de compra, sem mínima autonomia para tanto.

Adolescentes, muita das vezes, não sabem lidar com desafios. E não me refiro, especificamente, à mercado de trabalho.

Trata-se de uma cultura povoada por romances de fácil deglutição,tão bem inseridos no mercado, que dificultam um trabalho crítico-reflexivo, tanto quanto um desafio frente à linguagens mais inventivas ou orgânicas, terminando por formar jovens suscetíveis demais, com muitos "direitos" e poucos deveres.

Desprezam Graciliano, Machado em nome de fadas e doendes. Isso em pleno Ensino Médio, com a cumplicidade de pais e coordenadores.

Não digo que se deva ler somente "clássicos". Daria até pra conciliar, mas tais leituras são tão hipnotizantes, impostas em disseminação aliciadora por mídias em jogo, que fica difícil o desafio de encarar outros autores- apostando na tão falada diversidade.

Quando os livros me mimam, torna-se insuportável ler qualquer coisa que caminhe por outras direções. Mesmo bulas de remédio. Tomar o remédio sem ler, como forma de me anestesiar. Seria esse o "remédio" para a educação?

Como muita coisa já chega pronta no google, como "várias" de fácil alcance, materiamente falando, muitos negligenciam, e de forma blasé, conquistas que propiciaram os bens de que usufruem. Daí,o empacar no presente perpétuo.

Em termos de escola privada e adjacências são os adolescentes quem mandam. Se não forem com a cara do professor, o mesmo terá de pular fora.

A educação, por mais que queiram dizer o contrário, não passa de mais um negócio. É a Editora Abril comprando o Anglo.

E por mais que se criem novas universidades federais e cursos técnicos, como têm ocorrido, comparativamente a um momento em que as mesmas eram sucateadas, o crescimento avassalador de faculdades privadas à distância vêm tomando conta na "nova ordem mundial" da pedagogia mercantil.

O grupo que mais oferece graduações e licenciaturas à distância hoje chama-se Roberto Marinho. E alguns ainda podem se perguntar, como conter Robertos e Civitas, na engrenagem da educação tornada mimo e negociata? Não será, em contraponto, formando ursinhos de pelúcia, com seus desejos legitimados por mercados e pais. Pardon: onde está "desejos", leia-se: caprichos.

Não será dogmatizando com "novos-velhos" e rígidos padrões questões do saber e do viver, com base em teorias já engessadas, com rosto de perfeitas, "politicamente corretas", a colocarem-se como salvadoras da humanidade, em nem tão implícito missionarismo autoritário. Em nome da "liberdade" e da diferença, embora tão logo exclua a última, no momento em que a mesma dissida em algo do modelo político propalado como mais avançado, embora o mesmo já esteja defasado frente à novas questões do mundo.

Tais escolas se afastam do mundo, compondo-se como mosteiros, como o outro-mesmo lado do que pensam combater. No entanto, a partir de uma atitude reativa, como que a substituir monges católicos. Constituindo-se como os "novos mosteiros" do modismo New Age.

Não à toa que, em meio a tantos princípios fixos, jovens sintam-se em importância desproporcional, como que sendo partes da melhor família da Terra, a desprezar demais escolas como inferiores.


Ps- Rascunhei(de uma lan) sobre a escola como um negócio da direita festiva, e sua contrapartida igualmente problemática: a New Age, pretensamente esquerdista e que de tão aferrada a seus dogmas, não consegue uma articulação com novas problemáticas.
Ou seja, não podendo ou conseguindo habitar o "mundo de fora", e criticando as aparências, terminam por cultuar sua autoaparência, a não passar de mais um partido com alma de "elite". Com a diferença de não se assumir enquanto tal.

Viva a liberdade!

Desculpem o "gerundismo", mas tal como muitos linguistas, não creio mesmo na balela.

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