quarta-feira, 7 de novembro de 2012





"Eu acho tão legal, esclarecedor mesmo, que voltou à moda - afinal é de moda, de último lançamento mesmo que estamos falando quando falamos de lixo proselitista deliberadamente prolixo desconstrutivista sessenta-e-oitista - ver o Ford como
um "sentimentalóide" "de talento" "porém datado", com aquele ar despudorado, aquele embasamento notavelmente adquirido na faculdade de humanas na aula de "Cultura e ..........." com embalagem de cult(ura).


Porque é aquela coisa: Straub filmando campesinos descansando debaixo da sombra de uma árvore com o sol a pino num pedacinho de terra siciliana sem cerca não é sentimentalóide, pois tem as cauções certas de "distanciamento" (na realidade abstração, mas as pessoas, desde Brecht, desde Eisenstein, desde tragédia grega gostam de confundir uma coisa com a outra) e "materialidade" (embora não haja nada mais místico e indescritível que a Sicília filmada pela janela de um trem pelos Straub) que essa gente toma por pré-requisito.


Já a mesma coisa - mesmíssima, exata, tão-tenebrosa-quanto coisa - com o Henry Fonda e o John Carradine em Vinhas da Ira ( John Ford) recebe um simples "não senhor".


Enfim, abstração, a tal "economia do movimento, de atores e de câmeras; não fazer nada se mexer sem propósito; a diferença entre calma e estatismo", MISE EN SCÈNE em suma, isso não se discute.

O que se discute são as confusões retóricas..."

( Bruno Andrade).

Ps. Foto de "The Grapes of Wrath" ( As Vinhas da Ira)- John Ford -, baseado do romance social de Steinbeck.

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