quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Nesses tempos em que até Deus é contabilizado no tempo-dinheiro(vamos falar rasgado.Não há palavras bonitas para essas coisas,muito menos técnicas ou "teórias"):Um Deus da "Prosperidade" em detrimento de um Deus de misericórdia,compaixão e por que não,"justiça".
Depois do "Amor" já ter atravessado os jogos publicitários e com isso se cansado nas esquinas,a bola da vez se divide em ramificações aparentemente opostas:A mercantilização do sexo,do "desejo" obrigatório,de um lado e,quem diria,Deus(de outro).
Claro que há fiéis e fiéis,há igrejas e igrejas e não dá pra simplesmente jogar tudo numa mesma vala comum.
Claro também que o capitalismo desses tempos procura se reciclar(literalmente), sugando o máximo de quem não tem,por novas vias.
Se tudo isso é óbvio ululante pra quem tem o mínimo de cérebro e de vez em quando ainda queima alguns neurônios no país do "pra que pensar"?Ou "pra que questionar?".Não custa repetir("nada é tão óbvio que não precise ser esclarecido",me parece que Paulo Freire).
Isso tudo vale também para os ambientes universitários onde se repetem os dogmas dos teóricos da vez,como deuses não perecíveis...
Fica aqui esse poema do Cummings pra quebrar o gelo e lembrar o tanto que essas compartimentações,classificações são pobres.E também que Deus não se resume a números de contabilidade de uma lógica Globalizante,não se prestando a tantas padronizações.
"Obrigado Meu Deus por mais este espantoso
dia:pelos saltitantes e vrentes espíritos das árvores
e um azul autêntico sonho celeste; e por tudo
o que é natural o que é infinito o que é sim
(eu que morri estou hoje vivo de novo,
e este é o dia de anos do sol;este é de anos
o dia da vida e do amor e asa:do alegre
grande evento ilimitavelmente terra)
como poderia saboreando tocando ouvindo vendo
respirando qualquer - erguido do não
de todo o nada - ser simplesmente humano
duvidar inimaginável de Ti?
(agora os ouvidos dos meus ouvidos despertam e
agora os olhos dos meus olhos estão abertos)"
[e.e. cummings; tradução de Jorge Fazenda Lourenço]
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário