terça-feira, 19 de outubro de 2010











“Passei parte do mês de julho do décimo sétimo Concurso Internacional J.S. Bach, organizado pela Bach Arquive, que se realiza a cada quatro anos em Leipzig, na Alemanha. Essa instituição fantástica promove dezenas de eventos da mais alta qualidade todos os anos.
Evidentemente, me sinto honrado de pela segunda vez estar no júri, pois nestes últimos 50 anos sempre me dediquei como pianista, e agora como maestro, para ter um brasileiro na história dos intérpretes de Bach.
O início da competição coincidiu com a última semana da Copa do Mundo.
Quando você é informado da importância da música em vários países asiáticos, ocupando já o primeiro lugar na inclusão social, acima do esporte, e diminuindo a criminalidade em regiões carentes, a missão de um músico deve ultrapassar as salas de concerto, sem abandoná-las, e atingir as periferias das cidades, que raríssimas vezes têm a oportunidade de conviver com esse maravilhoso universo.

Ao final da competição, conversei com vários candidatos, 40 % deles asiáticos, muitos de famílias pobres.
No avião de volta, comecei a refletir e a pensar novamente na Copa do Mundo, em que nossos jogadores, tratados como semideuses, estavam mais preocupados com seus contratos internacionais.
Ao mesmo tempo, numa volta ao passado, fui me lembrando de vários músicos brasileiros que levaram tantas vezes, por ideais, o nome de nosso país ao exterior.

Felizmente, soube que no âmbito federal iniciou-se um embrião de projeto musical para o qual voluntariamente dei alguns palpites, afinal, já fiz 70 anos. Ao que tudo indica, o projeto terá três objetivos: formar profissionais que certamente terão espaço para exercer seu ofício; dar oportunidade para jovens terem a música como instrumento de convívio; e, finalmente, a formação de novos públicos.

Somente democratizando a cultura em todas as regiões atingiremos metas que poderão nos dar orgulho. Projetos como a Sinfônica de Heliópolis e os Meninos do Morumbi podem mudar a realidade de toda uma comunidade. Da nossa parte, nós, os músicos da Bachiana Filarmônica Sesi-SP, corremos os Céus da Prefeitura de São Paulo, unidades da Fundação Casa e pequenas cidades do interior de São Paulo, Minas e Espírito Santo, onde educamos cerca de mil crianças e jovens...”
(Trecho de texto de João Carlos Martins, regente da Bachiana Filarmônica)

“A ausência de informação sobre a área musical está relacionada à sua exclusão do currículo escolar, ou por ser trabalhada de forma superficial.
Entretanto, espera-se que cada vez mais se promovam aprendizagens significativas, especialmente com o surgimento da lei 11.769, que inclui o ensino da música no currículo escolar”.
(Patrícia Kebach, doutora e mestre em educação pela UFRGS, onde realizou pesquisas sobre a construção do conhecimento musical
Seu e-mail: patriciakebach@yahoo.com.br).

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