quarta-feira, 27 de outubro de 2010






Talvez a última turnê de Paul McCartney no Brasil e no Mundo já apresentou, em tempo recorde, seus ingressos esgotados em São Paulo. Provavelmente também no Rio Grande do Sul.
Da primeira vez que o ex-beatle veio ao Brasil bateu o recorde mundial de público no Maracanã, aquele estádio idealizado e projetado por Ary Barroso para melhor valorizar o “futebol arte” dessa, e nessa terra.

Dessa feita, o músico inglês conta com uma banda melhor do que da primeira visita, ou seja, com alguns dos melhores instrumentistas que já lhe acompanharam desde o fim dos Beatles.

O repertório está mais diversificado: Venus and Mars/Rock Show (do disco Venus and Mars, de 1975), Ram On (do excelente Ram,1971), Ms. Vanderbilt, Bluebird (do mais conhecido Band On The Run, de 1974), Here Today( do grande Tug of War, 1982), além de músicas de seus dois últimos discos, de seu projeto alternativo eletrônico(The Fireman), cover de Hendrix, entre outras, são algumas das promessas.

Do repertório dos Beatles consta como principais possibilidades, dentro do que não era habitualmente executado pelo artista: I ´m Looking Through you( do primoroso e encantador Rubber Soul), Day Tripper( single), The Night Before ( Help), A Day in the Life( obra-prima do lendário Srg. Pepper´s), são algumas das que me lembro.

Contudo, o Bradesco, tendo ficado responsável por esses shows, só fez bobagem. Concedeu uma cota de exclusividade na compra dos ingressos para seus clientes e, com isso, pouca coisa sobrou para os muitos fãs- palavra chata- e admiradores da obra de Paul e dos Beatles. Ou seja, um monopólio dos mais descarados impediu que essa possível última vinda de um dos principais artistas populares do século XX se revelasse um evento mais democrático e sem traumas.

O sistema de concessões estilo capitanias hereditárias é uma prática comum no país desde Portugal. Foi assim também com a Rede Globo, cedida de braços abertos ao magnata da família Marinho. A ditadura que vigorou no país entre os anos 60 até parte dos 80 contou com apoio da rede do amigo de ACM.

Mas, se formos fazer um histórico de tal sistema feudal e monárquico no país não sairíamos dessa postagem.

Com os meios de comunicação, desde revistas como Veja e parte considerável de tvs e jornais enraizados nesse mesmo clima desde muito tempo, a história do provável último show de Paul McCartney no Brasil deixará mais um emblema de um país monopolizado por rudes “patrícios”. (Para quem crê em democracia por aqui com o advento das Diretas...).

Para esse evento, “patrícios, maurícios e “patricinhas feudais” deixaram uma oportunidade para que nossos cadáveres históricos e políticos sejam, por uma vez mais, examinados de frente.

2 comentários:

  1. Os Beatles são muito bons! Ótima banda!

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  2. Muito bom mesmo!Sensacional o paralelo que você fez com a política naconal.
    Mais uma vez ficarei a chupar meu dedo!

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