"Charada"
Stanley Donen mistura estados de espírito aqui:
O drama que ao mesmo tempo é humor, o humor que é sombra de suspense...A cada tomada.
Como fazê-lo, conduzi-lo tão bem até o final da obra ?
O filme trabalha constantes deslocamentos de sentido, "deslizamentos do significante".
O fato do persongem de Grant comparecer com uma identidade pouco definida ajuda e muito.
Sua atuação é escorregadia, como corpo em cena.
Donen, como mestre dos musicais, explora muito bem a dimensão coreográfica do cinema- embora, de forma discreta-, favorecendo a atmosfera algo insólita da obra.
Uma obra que, a todo tempo, sabe rir de si mesma, num lindo execício de saber se perder.
O filme trabalha constantes deslocamentos de sentido, "deslizamentos do significante".
O fato do persongem de Grant comparecer com uma identidade pouco definida ajuda e muito.
Sua atuação é escorregadia, como corpo em cena.
Donen, como mestre dos musicais, explora muito bem a dimensão coreográfica do cinema- embora, de forma discreta-, favorecendo a atmosfera algo insólita da obra.
Uma obra que, a todo tempo, sabe rir de si mesma, num lindo execício de saber se perder.
Mas não se trata aqui de zombar de seu material.
"Charada" é momento do cinema de se abrir a várias possibilidades do espaço, de se permitir entrar em labirintos abstratos e figurativos, mas sempre com um imenso prazer, com uma enorme crença em seu material.
Cada close em Hepburn é uma nova expressão de surpresa extraída de um rosto.
Donen brinca com a luz, no sentido lúdico da palavra. Brinca com o suspense....
O que interessa a ele parece ser o puro prazer do cinema, o sensorialismo- embora, um tanto discreto-, o de se perder nas luzes e sombras.
No fim das contas, é um filme da magia presente em cada cor e deslocamento...O cinema como espetáculo que sabe rir de algumas coisas, mas que nunca abrirá mão de ser fascinante.
Ainda que, para tanto, necessite deslocar as situações/ clichês, abaixar o tom, para reconfigurá-las.
Cinema irônico sim, mas que comparece aqui menos como paródia do que como música e dança em direção.
"Charada" é momento do cinema de se abrir a várias possibilidades do espaço, de se permitir entrar em labirintos abstratos e figurativos, mas sempre com um imenso prazer, com uma enorme crença em seu material.
Cada close em Hepburn é uma nova expressão de surpresa extraída de um rosto.
Donen brinca com a luz, no sentido lúdico da palavra. Brinca com o suspense....
O que interessa a ele parece ser o puro prazer do cinema, o sensorialismo- embora, um tanto discreto-, o de se perder nas luzes e sombras.
No fim das contas, é um filme da magia presente em cada cor e deslocamento...O cinema como espetáculo que sabe rir de algumas coisas, mas que nunca abrirá mão de ser fascinante.
Ainda que, para tanto, necessite deslocar as situações/ clichês, abaixar o tom, para reconfigurá-las.
Cinema irônico sim, mas que comparece aqui menos como paródia do que como música e dança em direção.
''Charada'' é fascinante!
ResponderExcluirTambém acho, André!
ResponderExcluirTodo um deslocamento de sentido, uma câmera que não nos indica um caminho, somente o prazer de filmar.
Charmoso, esguio, sugere várias identidades, mas com um timing de um mestre de musicais- que era Donen.