quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Escola 1




Perguntaram-me por dar aulas em duas escolas,qual seria a diferença entre uma e outra enquanto realização,essas coisas.
Todas são muito boas de trabalhar.Uma,por conta do projeto pedagógico,progressista e devido a um corpo docente de uma qualidade humana muito perceptível.Humana e,digamos,intelectual do "bom senso"(não sou lá muito chegado nessa palavra,mas vai).Não são anjos,seres perfeitos,mas brilham por serem pessoas com um certo nível de-lá vem a palavra de novo(argh)- maturidade.Maturidade educacional,sagacidade crítica,o que não encontramos em outras escolas por aqui,em que as pessoas seguem livrinhos didáticos e pensam que educar é "deformar" para vestibular e ponto.
Ok.Mas deve ter algum ponto negativo, logo pergunta o legista de cadáveres,o dialético niilista,metido a "realista"(palavrinha,hein?).Certo.O ponto menos estimulante está em que a maioria dos alunos fica bem aquém da proposta que citei como sendo mais progressista.Nunca sei qual a razão dos pais conduzi-los para essa escola.E lá estão os meninos,mimados,com suas cabecinhas fechadas,faltando muitas vezes em noções básicas de humanidade e cultura:não tanto do nacional,mas do nocional,como bem diria Júlio Bressane.
Li por esses dias um texto da Lya Luft em que ela defende a nova moçada, focando a responsabilidade nos pais.É exatamente o que faz o filme " A Fantástica Fábrica de Chocolates",de Tim Burton.Mas o artista é suficientemente inteligente para não dourar a pílula,qual seja,em não ser complacente com o que poderia se converter em mero álibi fácil para esses jovens.E é ao que muitos recorrem."Faço isso ou não faço,pois sou adolescente mesmo.Ponto."
Para uma escola que visa a autonomia,essas desculpas são,no mínimo,furadas.Vitimizações,transferir culpas e responsabilidades a outras pessoas funcionam somente como exercícios de fuga.A longo prazo,a ficha pode cair.Se os pais ajudarem,mimando menos ou motivando,ao invés de somente cairem na chantagem de inócuas pressões(sem nenhum sentido para os jovens),tanto melhor.

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