sábado, 13 de novembro de 2010

Papo





Para quem se interessa por conhecer parte do que há e houve de minimamente significativo na música brasileira de alguns anos para cá, esse cd contém músicas de diversos artistas, da MPB ao rock, ou rock/pop: Ludov, Mulheres Negras, Curumin, Vanguart, Mombojó, Rubinho Jacobino, Wander Wildner, Mulheres Negras, Wado, Cérebro Eletrônico, ODegrau, Numismata..

Antes do projeto, cada qual já era intérprete de artistas pops consagrados.
André, de Tom Waits e David Bowie.
Miranda, de divas do soul.

Quando se encontraram, sua química pediu por artistas espalhados pelo cenário musical brasileiro.

Pode-se não gostar de alguns dos artistas abordados, mas é necessário ressaltar que a mudança do registro de composição para a de interpretação pode fazer muita diferença.
Cantar nem é tão difícil. Mas a arte de interpretar não é para todos.

Quando Marisa Monte, "intérprete cult" e bela voz, decidiu por regravar Velvet Underground, a grande banda nova-iorquina dos anos 60 já havia deixado de ser "underground", marginal para ingressar o território da consagração "cult". Marisa só usou de esperteza, já que sua versão nada acrescentaria ao trabalho de Lou Reed e sua trupe.

Isso se daria também com Jorge Ben, que hoje parece ser o artista da MPB que mais influencia o novo cenário musical brasileiro.(Refiro-me, naturalmente, a quem gosta mesmo de música e de fazê-la, e não simplesmente dos aproveitadores de maior visibilidade).

Não deu outra. A versão de Marisa não superava ou sequer se igualava à dos anos áureos do artista.

Vanessa Da Matta me agrada. Parece bem menos afetada, sem a excessiva preocupação de ser "artística".
Sem o intuito que muitos e muitas apresentam de querer agradar a uma parcela da população que gosta de se inserir num "padrão cult".
Em outras palavras, gente envernizada.

A dupla composta por Miranda Kassin e André Frateschi se configura como uma faceta promissora, ou mais do que isso, no universo da arte da interpretação no país.

Parte 2-

Enquanto isso, Lou Reed se prepara para seus shows no país, e tudo indica que não haverá nada do repertório do Velvet.

Não precisa ser músico de bar, escravo de hits, claro.
Mas pra que tanta excentricidade, Lou?

Há várias formas de querer chamar a atenção, e uma delas é apelar para a "marginalidade" excessiva.
Afinal, o repertório do Velvet é o que Reed tem de melhor mesmo. Aliás, das melhores coisas que a música nos deu no século passado.

Paul McCartney, por sua vez, pode ser criticado por se prender demais ao repertório dos Beatles, esquecendo suas pérolas solo. Dessa forma, muita das vezes foi "músico de bar" para grande auditório.

Para esse última turnê, com Ms.Vanderbilt, entre outras, parece abrir espaço para "incrementações necessárias", sem ter de ficar recorrendo a clichês como "Live and Let Die".

Paul é um dos maiores músicos do século XX, e torço para que consiga equilibrar o melhor de ambos os repertórios( o dos Beatles e o solo).
O que Reed poderia tentar também.

Discos favoritos de Paul, na ótica do bloguista:

Tug of War, Ram, Chaos and Creation...,Flaming Pie, Driving Rain, e por aí vai.

Dos Beatles, meus favoritos são Rubber Soul e Abbey Road, em que o instrumental da banda me parece melhor e, no primeiro caso, um conjunto de canções, e/ou de ousadias como The Word, que são eternas.

No segundo, no antigo lado B do vinil, uma colagem com o que há e houve de melhor na banda.

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