terça-feira, 23 de outubro de 2012



Percebe-se que o materialismo dialético aplicado às artes trouxe, na verdade, mais estragos do que frutos.

( O interessante é que ainda permaneça, de uma maneira ou de ou de outra).


- Por exemplo, o naturalismo marxista desprezou ( e aind

a despreza) Federico Fellini que, por sua feita, era um grande admirador de Fred Astaire.


- "Ladrões de Bicicleta", clássico absoluto do neorrealismo, apresenta nítida ( e confessa) influência do lirismo de Charles Chaplin.


- O mestre do neorrealismo - Roberto Rossellini- chegou mesmo a ser acusado de espiritualista ( Fellini foi seu assistente e discípulo).



- Pela ótica dialética, musicais seriam vistos como arte "alienada", quando, a rigor, se trata de potência surrealista ( referindo-me aos bons).



Por muitas vezes, queremos nos esquecer de que o cinema teve sua origem na diversão de feira.

E que, nesse caso, "Cantando na Chuva", por exemplo, seria a apuração cinematográfica da linguagem de "feira", do vaudeville ( assim como em Jacques Tati, Chaplin, etc ...).
( Em uma análise crítica, não é o caso de se deter a uma trama, quase inexistente, aliás ).

A despeito de grande parte desses filmes terem sido realizados em estúdios, a veia popular é o que vem à tona.

Ainda que uma veia recriada por um senso apurado do surrealismo ( o cine americano dos anos 40 e 50 foi profundamente influenciado pela psicanálise e por seu fruto artistico).


- Fato é que, durante o período que precedeu os "Cahiers du Cinema", a crítica marxista prendia-se a uma couraça, a um engessamento idelógico que não permitia que os filmes fossem vistos para além ou aquém de seus conceitos e pré-conceitos.

( Isto quando não queriam dissecar tematicamente a obra, a partir de critérios estritamente "literários").


Mas até hoje, mesmo com a revolução dos Cahiers, muitos críticos não fazem a vital e necessária ponte entre o concreto e o abstrato- e vice-versa.



Ps- Foto de George Méliès- dos principais pioneiros do cinema
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