sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Educação como negócio, "Ideologia novo-rico", polêmicas




Para quem não teve acesso e, por algum motivo se interessar pela leitura, hacker em ação:

“O Valor Venal de Cada Poder é Calculável


Nesse contexto, só se pode falar de corrupção onde esse fenômeno se torna excessivamente manipulado. Tem seu sistema de comandos num sólido jogo entrelaçado de imprensa, órgãos públicos, trustes, dentro de cujos limites permanece legal” (Walter Benjamin).


"A Violência da moeda"

"O dinheiro como valor hegemônico na sociedade contemporânea supostamente promove a ascensão social, baseada exclusivamente em critérios econômicos e no prestígio do mesmo. Em seu livro “Processo Civilizatório”, Norbert Elias analisa os primórdios da “revolução burguesa” na França, indicando a democratização dos costumes da corte.

A burguesia, no esforço de alcançar uma legitimidade que não fosse a do dinheiro (que ainda não se impusera como valor), procurou “aristocratizar-se”, adotando a etiqueta e as “boas maneiras” como medidas de polidez e convivialidade. Como lhe faltava o universo de tradições da nobreza, esforçou-se para ascender aos bens culturais.

Mas, com a institucionalização da sociedade do consumo, os bens culturais, que exigiam iniciação para serem compreendidos como linguagens próprias- como as artes e os saberes literários-, foram sendo abandonados e passaram a se reger pela obsolescência constante. De onde o advento das “modas intelectuais”. A ideologia do “novo-rico” prescinde até mesmo do verniz da cultura.

A ideologia dominante em uma sociedade é a da classe dominante e, em nosso tempo, a dos “novos-ricos”.

O “novo-rico” é aquele que conhece o preço de todas as coisas, mas desconhece seu valor. Sob seus auspícios, a educação produz uma cultura que atrofia a sensibilidade e o pensamento; a educação é entendida pela “ideologia” do novo-rico como serviço e como mercadoria mais ou menos barata, dos quais o novo rico é cliente e consumidor.

A questão da autoridade

... As detenções espetaculares de acusados de crimes do "colarinho branco" promovem uma pseudocatarse da sociedade, de onde não estão ausentes a agressividade e a "pulsão de morte". Do outro lado, a estética do "novo-rico" opera com dólares nos sapatos ou maços de reais nas roupas íntimas.

Na sociedade panóptica, em que tudo se pauta pela exibição midiática, desaparece o pudor, atestando-se o enfraquecimento do sentimento de vergonha ligado à moral social.

O fim da autoridade paterna e o "pai humilhado" coincidem com a sociedade infantilizada, em que não se reconhece mais a diferença entre as gerações, entre pais e filhos, masculino e feminino, "bom e mau gosto". Em tempos da "ideologia do novo-rico", tudo pode (deve?) ser dito e mostrado".

(Olgária Matos)

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