terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Estudo da Imagem nas escolas:Propostas (Parte 1)






Existem algumas maneiras que parecem mais apropriadas para o estudo das imagens no país, sem que, para tanto, fiquemos presos a ranços ideológicos, seja de "direita" ou "esquerda".

Fato é que não dá para ficar alheio ao universo da poluição de imagens presentes cada vez mais em nosso dia-a-dia, e de forma acelerada.

O estudo dos signos provém de Charles Peirce (quase piercing mesmo). E, para simplificar, os dividiríamos em :

1- Signo Icônico- O que apresenta uma analogia com o objeto representado. Exemplo: uma foto.

2-Índice- São como setas que indicam uma direção. Um cata-vento, por exemplo, indica como o vento procede naquele momento.

Ou a própria seta, que indica algo, mas não estabelece uma relação "mais direta" com esse algo.

3-Símbolo- Representa o objeto por letras ou fonemas, a partir de um acordo tácito entre as pessoas. A palavra casa, por exemplo, é representada pelas letras C A S A, a fim de referi-se a esse local de habitação.

Como não daria mesmo tempo para destrinchar tais dados por aqui- e talvez ficasse até um pouco chato para um blog- pensemos no signo icônico ( o número 2) como aquele em que você pode, como diria Teixeira Coelho, "não sentir o objeto, mas sentir com o objeto. Ou seja, penetrá-lo e senti-lo por dentro".

Ou seja, a consciência icônica trabalha por analogias, como a intuição, ou o universo das sensações, sem ter de, obrigatoriamente, se vincular a raciocínios definitivos sobre algo.

Há quem mantenha preconceito para com esse modo de consciência- de conhecimento- como se o mesmo não passasse de um mero achismo.

Segundo T.Coelho: "Não significa, nem de longe, que o sujeito formará ideias erradas sobre o objeto...".

Aliás, "grande parte das descobertas feitas pelo homem, incluindo as científicas, deve-se à prática de uma consciência desse tipo, ou a uma prática que contém em ampla escala esse tipo de consciência".

Ou alguém ainda acredita que as descobertas de um Einstein, por exemplo, foram feitas com base em sua péssima matemática? Nesses casos, a ordenação demonstrativa surgiria posteriormente. O lado do cérebro que trabalha a consciência analógica é o que permitite que o universo "do novo", ou seja, das possibilidades se efetive.

2- Já a imagem, ou a consciência indicial- grosso modo falando- trabalha a partir de caminhos já estabelecidos por outros, sendo mais um fator de reconhecimento do que propriamente de conhecimento.

Por exemplo, no caso da TV, o jornalista do programa ao indicar o fato por meio de "setas" - imagens e vozes- direcionadas pela edição, conclui, de antemão, os dados para nós. Basta uma "setinha" para acompanhá-los e concluir o "já concluído".

A partir disso, podemos pensar se o frenesi de imagens com que nos arrrastamos a cada momento estaria mais para uma consciência icônica das coisas, ou para uma indicial. Levando em conta que, usualmente, não haveria signo puro. Embora haja sempre a predominância de um sobre outro.

Prosseguimos, posteriormente, com possíveis desdobramentos.

2 comentários:

  1. Caraca... muito para os neurônios que me restam...

    ResponderExcluir
  2. Oi!

    Com um pouco de paciência chega-se lá.

    Como não é habito lidar com imagens em escolas vem certo estranhamento.

    Considerando a expectativa de vida hoje há muito tempo para aprender ainda. Só diminuir as drogas(rs)
    Abraço!

    ResponderExcluir