

" Caberia a Minnelli descobrir que a dança não dá apenas mundo fluido às imagens, mas que há tantos mundos quanto imagens: "cada imagem, dizia Sartre, se envolve com uma atmosfera de mundo".
A pluralidade de mundos é a primeira descoberta de Minnelli, sua posição astronômica no cinema.
Mas, então, como passamos de um mundo a outro?
Aqui temos uma segunda descoberta: a dança já não é apenas movimento de mundo, mas passagem de um mundo a outro, entrada em outro mundo, efração e exploração.
Não se trata mais de passar de um mundo real em geral aos mundos oníricos particulares.
Cada cenário atinge sua maior força e se torna pura descrição de mundo que substitui a situação.
A cor é sonho, não porque o sonho é em cores, mas porque as cores em Minnelli adquirem alto valor absorvente.
Travessias
A dança já não é o movimento de sonho que traça um mundo. Mas se aprofunda, redobra tornado-se o único meio de entrar em outro mundo, quer dizer, no mundo do outro, no sonho ou no passado de outro.
"Yolanda o Ladrão" e "O Pirata" serão dois êxitos em que Fred Astaire e Gene Kelly se introduzem, respectivamente, num sonho de menina, não sem um certo perigo de morte".
(Gilles Deleuze)
Continua...
Fotos de "Yolanda e o Ladrão"
E "The Cobweb".
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