segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Bem vindo-Abacaxi




Passando os olhos pela lista de "filmes abacaxis" , proposta por André Barcinski


O crítico considera "Alphaville", de Jean-Luc- Godard um belo de um abacaxi.


Pode não ser um filme perfeito. Mas creio que o diretor não tenha almejado algo "perfeito".

Talvez tenha almejado até mesmo "um abacaxi". E me parece, nesse caso, ótimo. Senão vejamos:


1- Barcinski fala em "pastiche de filme noir", como de algo pejorativo.

Me parece até mais uma paródia do que pastiche- não exatamente como crítica, mas como uma bela recontextualização da ficção-científica para a realidade urgente dos anos 60.

Quando uma arte adquire consciência de que já carrega em si uma história, cabe uma ironia, um certo distanciamento- mais na cara.


Por exemplo: quando Vincente Minnelli (cuja mostra começa agora dia 31 em Sampa) realiza seu musical "A Roda da Fortuna" nos anos 50, a última e longa cena musical não passa de uma paródia ao filme noir. Notamos, a um tempo, seu irônico distanciamento, como também certa amorosidade ao poder recontextualizar a história do gênero na superfície dos objetos, das cores e dos corpos de Fred Astaire e de Cyd Charisse.
Ou seja, quase todo Tarantino já estava ali, nesse filme a um tempo sarcástico e amoroso.



Quentin Tarantino, por sua feita, puxa uma bela sardinha de Godard, que, em Alphaville, fez uso do mesmo jogo-operação para o gênero ficção científica. Daí essa imagem puída, barata ou irônica.



2- A propósito, Barça fala também de "Gran Torino" ( Clint Eastwood) como de "Duro de Matar".


Não lhe ocorreu que Eastwood, desde muito, se encarrega de passar não somente seu velho mito, como a história do cinema norte- americano a limpo. O que, para tanto, não significa destruir por destruir.

Para que se estabeleça um diálogo com a história dos filmes e da América (ambas entrelaçadas) cabe partir dos clichês dos mesmos, dos gêneros, a um ponto de revirá-los.


Ao fazê-lo, é a própria história oficial norte-americana, fulcrada em muito na imagem dos filmes que passa a ser reposta. E tal cinema, revitalizado, justamente a partir dessa imagem de morte embalsamada.

Ou seja, se alguém morre no filme não seria meramente o protagonista, mas a dimensão simbólica de um cinema que não serviria para "mais nada".


Seria fácil, cômodo em todos os casos citados uma mera implosão punk, dadaísta. Mas tais artistas ( Minnelli, Godard, Eastwood, Tarantino) sabem deveras que o presente não se faz da anulação gratuita de um passado.


Aliás, são e foram criadores de uma arte que, quanto mais circense e "bastarda", melhor.

Um comentário:

  1. Bom dia.

    Um salmo, sem motivo especifico por ter deixado no seu blogger, mas especifico para que leia as Escrituras de Deus, pois ela sempre fala ao nosso ser.

    SALMO 30
    1 EXALTAR-TE-EI, ó SENHOR, porque tu me exaltaste; e não fizeste com que meus inimigos se alegrassem sobre mim.
    2 SENHOR meu Deus, clamei a ti, e tu me saraste.
    3 SENHOR, fizeste subir a minha alma da sepultura; conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo.
    4 Cantai ao SENHOR, vós que sois seus santos, e celebrai a memória da sua santidade.
    5 Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.
    6 Eu dizia na minha prosperidade: Não vacilarei jamais.
    7 Tu, SENHOR, pelo teu favor fizeste forte a minha montanha; tu encobriste o teu rosto, e fiquei perturbado.
    8 A ti, SENHOR, clamei, e ao SENHOR supliquei.
    9 Que proveito há no meu sangue, quando desço à cova? Porventura te louvará o pó? Anunciará ele a tua verdade?
    10 Ouve, SENHOR, e tem piedade de mim, SENHOR; sê o meu auxílio.
    11 Tornaste o meu pranto em folguedo; desataste o meu pano de saco, e me cingiste de alegria,
    12 Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. SENHOR, meu Deus, eu te louvarei para sempre.

    Leia também colossenses cap.1

    Abraços
    Jesus Cristo te Ama!

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