Esse poema é um bocado aquele filme do Hawks, Jejum de Amor, mas é para mim a sensação de ter de digitar tão rapidamente as palavras e depois ver que está tudo errado. Tanto mais que são digitadas de lans e não no "conforto da casa". E já que sai muita coisa errada, já que o tempo não pára, que seja então, como dizia Oswald de Andrade, aquela contribuição milionárias dos erros. Ou seja, nessa época em que tudo é muito ágil, a guerra da escrita também deverá ser ágil, com os respingos ficando pelos cantos, nas margens, a provar que ali houve, em tempos assépticos de apresentação, um trabalho humano. Em doce blog.
Poema do Jornal
O fato ainda não acabou de acontecer
E já a mão nervosa do repórter o transforma em notícia
O marido está matando a mulher
A mulher ensanguentada grita
Ladrões arrombam o cofre
A polícia dissolve o meeting
A pena escreve
Vem da sala de linotipos a doce música mecânica.
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