segunda-feira, 28 de março de 2011

Liberdade de expressão e mídias-parte 1





" Num mundo onde a supressão política da informação e das ideias é um lugar comum, a defesa eloquente de expressão de pensamentos e opiniões de John Stuart Mill, por mais impopular que possa ser, ou por mais desconfortável às autoridades, possui, ainda, uma importância atual.

Contudo, a natureza e a organização das indústrias da mídia mudaram enormemente desde o início do século XIX, e, à luz desses desenvolvimentos, podemos ver que a teoria liberal tradicional da imprensa livre possui, quando muito, um valor limitado para que se possa teorizar sobre o papel das instituições dos meios de comunicação de massa nas sociedades modernas.

Mas a consequência do crescimento dessas indústrias é que, no início do século XX, a liberdade de expressão foi sendo, cada vez mais, confrontada por uma nova ameaça: não a que provinha do exercício repressivo do poder do estado mas, antes, do crescimento desenfreado das indústrias de jornais e publicações na qualidade de interesses comerciais.

A imprensa, e, de modo geral, as instituições da mídia, transformaram-se cada vez mais, em organizações econômicas de grande escala, dirigidas para a produção e difusão em massa de bens simbólicos, e foram, cada vez mais, integrando-se em conglomerados de comunicação transnacionais diversificados.

Esses desenvolvimentos questionaram seriamente a importância da teoria liberal tradicional com respeito às condições da comunicação de massa no final do século XX.

Embora a imprensa e outras instituições possam ter assegurado um alto grau de independência diante do poder do estado, muitas dessas instituições se tornaram prisioneiras de um processo que resultou de um grau nunca imaginado de concentração- tanto de recursos quanto de poder- dentro do campo privado".

(John B. Thompson)

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