segunda-feira, 28 de março de 2011

Parte 3




"Podemos dizer que a teoria inicial da imprensa livre enfatizava- corretamente, no meu ponto de vista- a importância de manter-se uma distância entre as instituições da mídia, de um lado, e as instituições do estado, de outro.

Ao longo do tempo, outros aspectos, infelizmente, foram sendo revelados. Aspectos esses não suficientemente contemplados pela ótica.

O princípio do pluralismo exige, como ponto de partida, uma desconcentração de recursos nas indústrias da mídia. A tendência em direção a uma concentração dos recursos deve ser revertido através de uma legislação que limite as atividades dos conglomerados de comunicação. E, na esfera da difusão, a ideia original de Reith ( BBC) de que a mesma deve estar submetida a um controle unificado deve ser, decidamente, colocada de lado. Embora o princípio do pluralismo regulado exija uma intervenção legislativa nas indústrias, ele exige, ao mesmo tempo, no que se refere às operações rotineiras dessas instituições da mídia, a separação clara dessas instituições do exercício do poder do estado.

O espaço, na verdade, é muito amplo e assim o é propositalmente: aqui, há espaço para uma variedade de formas diferentes de propriedade e controle, dentro do domínio público, do campo da atividade do privado, e do campo das organizações intermediárias- Fóruns públicos.

Mas esse espaço não é ilimitado. É um espaço entre a operação desenfreada de forças do mercado, de um lado, e o controle direto das instituições da mídia pelo estado, de outro. É através da localização das instituições da mídia no espaço "ENTRE" o mercado e o estado, que o princípio do pluralismo pode ser, efetivamente, posto em prática.


Televisão


Os processos de produção e transmissão não devem se situar, necessariamente, dentro da mesma instituição. A organização do Canal 4, na Inglaterra, está baseada nesse tipo de divisão instituição do trabalho entre produção e transmissão, e parece provável que a BBC buscará uma proporção crescente de seus programas no setor independente.

Mas, para tanto, necessário seja que as organizações de produção tenham acesso a fontes diferenciadas de financiamento, tanto público quanto privado, de maneira que as organizações engajadas na produção de programas interessados em satisfazer a interesses e gostos de uma "minoria" não sejam, automaticamentente, eliminados pelo fornecimento de fundos a programas que garantam um máximo de retorno imediato (ou imediatista).


Novas Tecnologias


A crescente globalização da mídia apresenta tanto novas oportunidades, como novos perigos.

Devido ao caráter transnacional de novos meios de transmissão, uma regulamentação deveria ser tanto internacional como nacional. Países devem tomar medidas para garantir que os novos canais de transmissão que estão sendo abertos por meio de novas tecnologias não sejam controlados de tal maneira que o pluralismo e a responsabilidade sejam sacrificadas no altar da "livre iniciativa".

(Prosseguimos posteriormente).

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