terça-feira, 15 de março de 2011

Observação




Além da Vida- Clint Eastwood


A precisão do movimento da encenação ocorre na mesma medida da obstinação de protagonistas sempre "no perigo", no limiar de si mesmos, tal como em filme de Howard Hawks.

Levar ao limite suas fraquezas e aptidões, sem fazer com que os personagens deixem de ser "homens comuns" é uma das características da obra.

A parte da tela que encobre o espaço deixa aqui de estabelecer relações com "fantasmas"-, no sentido do clichê de mais um "filme espírita"-, a fim de apontar para uma liga do visível/invisível, como direção de expansão de seres em travessia no mundo.

Ou seja, a tela é o lugar por excelência da contenção- inclusive das expressões nos rostos dos atores-, como também o da expansão.

Filme do olho no olho, da ausência de fugas- com alguns momentos de um realismo algo inquieto, à maneira do cinema independente de um John Cassavetes, quando a acompanhar os indivíduos em seus tateamentos.

Uma mulher (entre outros) necessita abrir mão de uma imagem -de fama-, a fim de ver mais fundo e poder trilhar novos caminhos após confrontar seu limiar, a partir de uma experiência de quase morte.

Excelente.


(Depois voltaremos a ele- espero- já que falta tempo).

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