quinta-feira, 3 de março de 2011

O Oba Oba de Megaeventos






Uma aluna que está quase completando o ensino fundamental deu uma bela continuidade a uma discussão iniciada em sala de aula sobre o oba oba que permeia certos eventos esportivos. Que cada leitor fique livre para pesquisar por si mesmo:


"Há relatórios sobre o impacto de megaeventos esportivos sobre a vida das pessoas nas cidades que os sediam. O que desfaz o mito de que trariam somente benefícios à população.

No caso do Rio de Janeiro, a ameaça de expulsão de moradores de áreas que serão usadas para os jogos de 2016 é real. A Onu buscou contato com a FIFA para abordar o assunto. Não foi sequer recebida.

Trata-se de casos de expulsões em locais estratégicos, junto ao encarecimento de moradias, dentre outras pressões.

Casos

Em Seul, a inflação chegou a 20 por cento nos oito meses anteriores aos jogos, e o preço da terra subiu 27 por cento.

Em Atlanta, 15 mil moradores foram expulsos de suas casas em 1996, e a inflação no setor imobiliário passou de 0,4 por cento para 8 por cento no ano dos jogos.


Impactos na Habitação

1988- Olimpíadas de Seul

15 por cento da população foi violentada e expulsa de seu terreno, e 48 mil edifícios foram demolidos durante a preparação para os jogos.

Olimpíadas de Barcelona- 1992

Duzentas famílias expulsas para a construção de novas rotatórias.

Resultou em aumento de 131 por cento no preço dos imóveis.

1994- Copa do Mundo dos Estados Unidos: 300 pessoas expulsas de suas residências.

1996-Olimpíadas de Atlanta: 15 mil residentes de baixa renda despejados.

2000-Olimpíadas em Sidney: 6 mil desalojados.

2008- Olimpíadas de Pequim: Despejo em massa, dessa feita por homens não identificados.


2010- Copa África do Sul- Mais de 20 mil moradores removidos para as áreas mais empobrecidas da cidade.

2016- Olimpíadas do Rio: Diversos assentos estão sob ameaça de despejo, por conta de construção de instalações esportivas para os jogos".

(Myrian Nogueira)


A Onu continua a receber suas denúncias em alta escala para o caso brasileiro. O que não abarca somente a cidade do Rio de Janeiro, como outras que também sediarão os jogos, tais como Fortaleza, Belo Horizonte, etc.

Em tais momentos, o Estado de Direito torna-se um "verdadeiro" Estado de exceção, em que tudo passa pelo terreno do possível, a fim de que ocorram os tão sonhados eventos: construções inapropriadas, com a ausência de critérios para a ocupação de locais pelos setores imobiliários, expulsão de moradores sem as devidas -ou indevidas- contrapartidas... E por aí vai, ou vamos.

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