segunda-feira, 9 de maio de 2011

Anjos exterminadores: em sala- Continum





“ Finalmente, a cultura da força empreende-se regularmente em academias de ginástica, onde jovens cultuam os músculos, não apenas para se preparar para os combates cotidianos da vida real, mas para forjar também uma simulação de força na ausência de potência, isto é, de reconhecimento simbólico.

Cabe dizer que a provocação e a violência entre jovens e crianças é prática antiga. O que é novo é a ausência de uma autoridade que possa operar como mediadora no combate entre estes e aqueles... Não obstante tudo isso, a juventude é ainda glorificada como a representação do que seria o melhor dos mundos possíveis, sendo, teoricamente, a condensação simbólica de todas as potencialidades existentes.

Contudo, se fazemos isso é porque não apenas queremos cultivar a aparência juvenil (de capas de revista- AC), por meio de cirurgias plásticas e da medicina estética, mas também porque o código de experimentação que caracterizou a adolescência de outrora se disseminou para adultos e a chamada terceira idade.

Seria assim o imperativo de ser (ou do aparecer- AC) custe o que custar, o que se impõe a nós como exigência ética na contemporaneidade, consubstanciado nas linhas de fuga do desejo e delineando a figura da adolescência infinita ”.
(Joel Birman)



Nesse espaço blogário chegamos a falar em pais e filhos como dotados dos mesmos desejos, o que dificultaria um fermento educativo e cultural, mais alheio aos processos de massificação e banalização em voga.

O filho costuma ser tão consumista quanto o pai e vice-versa. Ou tão fetichista quanto.

O pai quer bancar o garotão. Logo, vai "no estilo do filho": aprende com o mais novo a melhor marca de carro ou celular, quais os filmes da moda, etc. Nesse recíproco espelhamento, prolongam uma utópica adolescência do "infinito".

É aqui que a educação pode se tornar não um eterno (re)construir, mas uma fábrica de eternas banalidades.

Nesse contexto, não será de estranhar a iminência de uma violência que se inicia como simbólica- mercadológica ou fetichista- até o cume de seu extravasamento nos demais ou em si mesmo.

Usualmente em ambos.

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