terça-feira, 12 de abril de 2011

Famílias, Escolas Particulares e adjacências




" De camarote, assistimos às dúvidas da família americana. Como enfrentará o "Sputnik chinês?"

De um lado, o medo psicanalítico dos traumas. De outro, os sucessos da linha dura, estilo chinês. Mas e nós, ainda mais condescendentes com nossos delicados pimpolhos? Até que uma pitadinha de mãe chinesa não seria má ideia. Com plena tranquilidade de que jamais veremos tais exageros implantados pelos nossos pais molengões, vejamos algumas boas ideias:

Cabe aos pais ter uma participação muito ativa na educação dos filhos, gastar bom tempo nesses misteres, bem como ter expectativas ambiciosas e frequentemente comunicadas. Cabe cobrar e ser avaro nos perdões instantâneos, mas, também, louvar os sucessos.

Ter peninha da pobre criança que não tem vontade de estudar é trocar o conforto emocional de hoje pelo futuro do filho (mais fácil dizer do que fazer!).

É errado acreditar que a educação deve ser sempre leve e divertida. Fica assim, depois que se toma o gostinho de lidar com assuntos entendidos. Antes, é suor. A melhor maneira de adquirir confiança em si é aprender o que antes parecia impossível. O papel dos pais é fazer com que isso aconteça, por árduo que seja"

(Cláudio M. de Castro)


Esse texto é interessante, polêmico, e como tal, ninguém é obrigado a concordar, claro. Aliás, as coisas nessa vida não se resumem a concordar ou discordar.

Não caberia aqui pedir um retrocesso ao modelo ditatorial educativo- o de General. Mas a cultura do hedonismo, onde "pais e filhos" parecem ser uma só coisa- pois, no fundo, desejam as mesmas coisas-, tem trazido sérios problemas, junto a outros no pacote.

Se não dá para seguir cartilhas de eternas "seduções para o saber", pois se para certas escolas tudo se resumiria a "pegar leve", por outra temos os velhos adestramentos para caquéticos vestibulares.

Ambas as "linhas", em todo caso, interceptam um mesmo ponto: são os pais quem mandam nesse (s) tipo (s) de escola. E, logo, nos coordenadores, professores, já que seriam os primeiros a pagar as mesmas.

Mas, quem afinal, seria esse pai ou mãe, em seu atestado de imunidade parlamentar? Esse tipo de corporativismo é um dos aspectos que une escolas convencionais às ditas "progressistas". A receita é sempre fugir a desafios, a confrontos do saber, do viver.

Claro que não dá mais, a essa altura do campeonato, para obrigar estudantes a decorar tabela periódica, estudar fórmulas por pura receita,etc.

Se o academicismo pode se revelar estéril, distante em demasia, com profissionais a viver em bolhas de proteção, por vezes fulcrados em teorias- no caso, modismos intelectualistas-, a "formação cultural", como podemos observar em vários momentos nos jornais de praxe, valorizaria a ausência da observação mais detida, de voos a serem alçados, de fundamentações, limitando-se a frases de efeito- ensimesmamentos meramente narcísicos a recairem sempre num vazio.


Para o bem do fim da digressão blogueira, diria que não dá pra crer que o Modelo Chinês seja mesmo algo extraordinário. Robozinhos já temos demais por aqui, obrigado.


( A história ainda continua...)

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