sábado, 25 de junho de 2011

O Nó educacional- 1





" Em que pese alguns avanços, ainda somos um país muito atrasado no que se refere à extensão do direito à educação. Convivemos com uma pesada herança histórica de atraso, que vem desde o Brasil colônia.

Deve-se reconhecer que, nos últimos anos, houve melhoras no campo da economia e na redução da pobreza extrema, mas, no campo da educação, regredimos a posições nunca antes alcançadas.

Segundo o Relatório Unesco 2010, no ranking de 128 países, conhecido como Índice de Educação para Todos ( IDE), perdemos, nos últimos dez anos, 16 posições: passamos de septuagésimo segundo para octagésimo oitavo. Estamos em penúltimo lugar na América do Sul: só melhor do que o primeiro Estado de Suriname.

Entre 2007 e 2008, o índice de analfabetismo diminui 0,1 por cento. Ele está praticamente estagnado. E o número absoluto de analfabetos adultos aumentou, nesse período: passou de 14,136 milhões para 14,247 milhões. É, aproximadamente, o mesmo de 1964, quando Paulo Freire foi exilado.

Onde o Brasil está errando em sua política educacional?

Contribuiram para esses números, além da crônica falta de recursos, políticas educacionais, buscando descentralizar a educação, em muitos casos repassando a responsabilidade para as municipalidades, quando não, para o próprio cidadão, por meio da privatização. Como os municípios são muito discrepantes em termos econômicos, a descentralização acaba gerando ainda mais disparidade e injustiça.


Aqui privilegia-se a expansão do ensino técnico e superior, enquanto vários países começaram por atender a educação básica, e eliminar o analfabetismo adulto."

(Moacir Gadotti- diretor do Instituto Paulo Freire).

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