segunda-feira, 27 de junho de 2011

O Nó Intensificado





" Educadores profissionais pouco são ouvidos na elaboração de políticas públicas educacionais, e a mídia, em particular, abre espaço para os homens de negócio e seus representantes e muito menos para educadores.


A conversa é sempre a mesma. Os educadores não são objetivos ou não têm propostas concretas. São ideólogos e não cientistas.

Os reformadores empresariais procuram se contrapor dizendo que eles, sim, são objetivos e não fazem ideologia. Como se isso fosse possível, pois não fazer ideologia já é uma opção ideológica.


A educação brasileira sofre e sofrerá nos próximos anos o assédio dos reformadores empresariais. Para eles, a educação é um subsistema do aparato produtivo e nisso se resume. Para os educadores profissionais, porém, formar para o trabalho é apenas parte das tarefas educacionais.

Para reformadores empresariais, os objetivos da educação se resumem em uma "matriz de referência" para se elaborar um teste que meça habilidades ou competências básicas- via de regra limitadas a português, matemática e ciências.


Para educadores profissionais, os objetivos não se limitam a isso. O que implica pensar o jovem em toda sua capacidade de desenvolvimento formativo, ou seja, sua capacidade de sentir, pensar, criar- incluído as demais disciplinas. Para os reformadores empresariais, no entanto, isso não é objetivo- ou seja, não atende aos interesses imediatos da porta da fábrica...


Os pais também não ajudam, é bem verdade. Em geral, só se dão conta do problema quando encontram substâncias na mochila do filho ou quando o mesmo evidencia problema comportamental já avançado".

(Luiz Carlos de Freitas- professor da Faculdade de Educação da UNICAMP e cooordenador nacional do Movimento Contra Testes de Alto Impacto)>

Nenhum comentário:

Postar um comentário