quarta-feira, 29 de junho de 2011

Tashlin- 2










" Certa vez, quando perguntei a Jerry Lewis quem mais o tinha influenciado, ele respondeu: " O sr. Tishman, soletrado: TASHLIN. Ele é o meu professor".


Se as comédias de Hawks, McCarey e Capra são representativas dos anos 30- e, como assinalou Preston Sturges, também dos anos 40-, então os anos 50 foram vividamente simbolizados no trabalho de Tashlin.

Não foi uma era bonita; ao contrário, foi uma época de excessos grotescos e contrastes. Assim, infelizmente, uma quantidade excessiva de críticos não enxergou a sátira frequentemente amarga e devastadora que estava por detrás da fachada berrante e ostentadora.


"The gir can help it" ( Sabes o que quero), uma visão horrenda da primeira era do rock and roll ( estrelando Tom Ewell e Jayne Mansfield), é quase trágico na sua feiúra proposital; ainda mais quando se considera o quanto Frank admirava a beleza.


"Will sucess spoil Rock Hunter? ( Em Busca de um Homem), o seu melhor filme, é um retrato definitivo da vulgaridade da Madison Avenue- onde ficam as sedes de muitas agências de publicidade-, mas, usualmente, foi considerado explorador em vez de sardônico. A cena na qual Tony Randall é levado às lágrimas pela alegria, quando recebe a chave do banheiro executivo, é tão pouco exagerada que se torna quase aterrorizante em sua verdade básica.


Essa era uma parcela considerável do gênio particular de Tashlin: ele era honesto, e só exagerava ligeiramente para frisar alguma coisa. Era também profético; o futuro se mostrou muito pior. Quais divertimentos selvagens Tashlin teria extraído dos horrores dos anos 80, 90,...?

Ele fez os filmes mais atraentes, e o único sólido, da dupla Dean Martin e Jerry Lewis: "Ou vai ou racha" é um olhar mordaz sobre a mania do cinema; "Artistas e modelos" é uma perspectiva espetacularmente destrutiva da mentalidade de revistas em quadrinhos.


Como era um artesão extremamente hábil, e sendo provavelmente o mais inventivo construtor de gags visuais do cinema falado, Tashlin tomou o humor ultrajante e impossível dos cartuns e o conectou de forma muito humana ao cinema. Embora pretendessem a comicidade que tinham, seus filmes frequentemente refletiam um descontentamento profundo com a situação da sociedade- como observou certa vez o maior escritor farsesco francês, Georges Feydeau, os melhores escritores de comédias " primeiro pensam tristes".

...Seus filmes pareciam sorrir, mas quando vistos sob a perspectiva da criação, refletiam a tolice e a miséria que via a seu redor".


Fotos- " O Rei dos Mágicos" ( The Geisha Boy)- com Jerry Lewis- e "Sabes o que quero".

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