quinta-feira, 21 de julho de 2011

Crítica de música- Carta 100





" O que seria, a rigor, na pós-modernice" o mero ato de provocar? Repetir as mesmas ladainhas dos 60 ou das "Revistas Mangás" nacionais de praxe?

Arte não é somente provocação. Pode também ser sutileza, relação entre cores, texturas, ludicidade,...

O cara que vive sempre a esperar por um "choque", pode perder todas as nuances que uma boa música ou um bom livro lhe ofereceriam.

Claro que muitos preferem os malabarismos, ou somente aniquilar com o que chamam de "velho". Quando sabemos que o novo é feito em diálogo com esse algo chamado "passado".

Ou seja, tais críticos já chegam armados com suas "ideias de guerrilha artística" em mente. Ora, isso não seria ser banal, "careta"?

Se as coisas funcionassem dessa maneira no Brasil, romancistas e poetas de provocação mais acirrada (explícita) - Oswald ou Mário- seriam os nossos "maiorais". Mas desconfio que, na poesia, Bandeira, que parecia mais "careta" que os demais, permaneceu melhor. Drummond- menos chocante? Idem.

Murilo Mendes foi dar uma de Ezra Pound em fim de carreira, convertendo-se em chato futurista, menos vigoroso do que antes. Já no romance, Graciliano Ramos ou Clarice, que vieram após o primeiro modernismo, saíram-se- também- melhor.

Quanto à crítica de música, o "provocador" Pedro A. Sanches dedicou-se a escrever um livro inteiro com o intuito de desmistificar nomes da MPB. Nesse caso em específico quebrou a cara, pois falava somente às letras, ignorando os músicos.

Hoje atua como defensor de bandas como Calypso, como parca estratégia ideológica".

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